Proposta encaminhada pela Arpen-BR e Anoreg-BR ao
Conselho Nacional de Justiça é das entidades assumirem a distribuição do
papel de segurança para todos os cartórios do país.
Brasília (DF)
- O fornecimento do papel de segurança aos cartórios de registro civil
de todo o país foi o assunto das reuniões realizadas esta quarta e
quinta-feira (04 e 05.07), em Brasília (DF), entre representantes da
Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), da
Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-Brasil), do
Ministério da Justiça, da Secretaria de Direitos Humanos e do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ).
Desde o dia 2 de
julho, os cartórios de registro civil do Brasil são obrigados a fornecer
as certidões de nascimento, casamento e óbito em papel de segurança
unificado emitido pela Casa da Moeda do Brasil. Mas muitas serventias
não receberam o lote com os papéis até hoje. Em função deste atraso, o
presidente da Arpen-BR, Paulo Risso, o presidente da Anoreg-BR, Rogério
Bacellar, e outros diretores das entidades se reuniram com a Corregedora
Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, e com os juízes auxiliares
da Corregedoria, José Antonio de Paula Santos Neto e Ricardo Cunha
Chimenti para apresentaram a proposta de assumir a distribuição do papel
de segurança para todos os cartórios, em todo o território nacional,
sem ônus para o Governo Federal.
O
presidente da Arpen-Brasil falou da criação de um sistema para
solicitação e acompanhamento dos pedidos dos papéis de segurança
A
intenção da Arpen-BR e Anoreg-BR é coordenar a confecção e distribuição
do papel de segurança, juntamente com as gráficas escolhidas. Rogério
Bacellar apresentou dados mostrando que de 1° de janeiro de 2011 a 6 de
junho de 2012 das 5465 serventias que solicitaram o papel fornecido pela
Casa da Moeda apenas 2919 já receberam. As gráficas que trabalharão em
parceria com as entidades – JS Gráfica, Valid e RR Donnelley – já têm
experiência no mercado notarial e registral e conseguirão atender toda a
demanda.
O juiz Ricardo Chimenti lembrou que
foram feitas reclamações da logística de entrega dos papéis. “Muitos
cartórios reclamaram que não receberam os papéis ou que as caixas
chegaram abertas. Vocês devem deixar claro como esse processo será
feito”, ressaltou.
“Temos condições de entregar
os papéis em qualquer lugar do Brasil, e ainda com mais itens de
segurança do que os da Casa da Moeda. Peço até que levem a Polícia
Federal o modelo que vamos apresentar para que sejam analisados todos
estes itens”, disse Bacellar na reunião com os juízes auxiliares do CNJ e
representantes do Ministério da Justiça e da Secretaria de Direitos
Humanos.
O assessor especial da presidência para
Assuntos Institucionais da Arpen-Brasil, José Emygdio de Carvalho Filho,
disse que a proposta das entidadesé inserir nos papéis o código da
serventia e o número do papel, como forma de garantir mais segurança aos
documentos.
Já o presidente da Arpen-BR, Paulo
Risso, lembrou que será desenvolvido um sistema para solicitação e
acompanhamento dos pedidos. “Pelo sistema que vamos fazer os cartórios
farão os pedidos, acompanharão o processo de entrega e farão o
lançamento dos dados dos atos que foram usados para cada papel, assim
como o Certuni da Casa da Moeda”, explicou.
Presidente
da Arpen-Brasil, Paulo Risso, (esq.) ao lado da ministra Eliana Calmon,
dos presidentes da Anoreg-BR e Anoreg-PB, e dos juízes do CNJ
O
juiz José Antonio de Paula Santos Neto sugeriu que fossem criados
grupos executivos para acompanharem a continuidade do projeto. “Quanto
antes as Associações fizerem isso e passarem a assumiu esta demanda é
melhor”. Já Ricardo Chimenti solicitou que fosse mantido o mesmo layout
do papel fornecido pela Casa da Moeda.
Ficou
agendada uma próxima reunião para apresentação do esboço do sistema e da
proposta de acordo de cooperação técnica entre Arpen-BR, Anoreg-BR,
Ministério da Justiça, Secretaria de Direitos Humanos e CNJ.
Ministra Eliana Calmon recebe proposta das entidades
Durante
a reunião com a ministra Eliana Calmon, além de apresentarem a intenção
de assumir a distribuição do papel de segurança, os presidente da
Arpen-BR e da Anoreg-BR falaram do projeto “Apoie um Cartório” - voltado
para a modernização e o aprimoramento dos serviços notariais e de
registro -, da importância da criação do fundo de compensação dos atos
gratuitos para os estados que ainda não possuem e da uniformização dos
procedimentos notariais e de registro.
Criação de fundo de compensação dos atos gratuito foi outro assunto mencionado durante reunião no CNJ
“O
Recivil promove cursos de capacitação para registradores civis de Minas
Gerais graças ao nosso fundo de compensação dos atos gratuitos, que
permite isso, e estamos levando esta nossa experiência para outros
estados que também possuem fundo. Peço o apoio de vocês para que sejam
criados fundos de compensação nos estados que ainda não possuem”, disse o
presidente da Arpen-BR e do Recivil, Paulo Risso.
O
juiz auxiliar da Corregedoria, José Antonio de Paula Santos Neto,
ressaltou que esta é uma preocupação do CNJ. “O fundo para reembolso do
registrador civil e a garantia de uma renda mínima é uma preocupação
nossa, e sempre verificamos isso durante as correições da Corregedoria”,
explicou.
Entidades de classe, Ministério da Justiça e Secretaria de Direitos Humanos formalizarão acordo de cooperação técnica
No
mês de setembro, a ministra Eliana Calmon deixará a Corregedora
Nacional de Justiça, mas disse que a próxima gestão dará continuidade ao
trabalho que já está sendo desenvolvido. “Fizemos muitas coisas no
extrajudicial, mas não deu para atender todas as demandas. O CNJ, por
exemplo, tem o objetivo de uniformizar os atos notariais e de registro,
porque quanto mais uniformizados os procedimentos, mais eficientes eles
são, mas existem nuâncias de Tribunal para Tribunal. Se os tribunais de
justiça forem trabalhar em parceria com a corregedoria vocês serão os
primeiros a serem ouvidos”, disse Eliana Calmon.
O
presidente da Anoreg-BR falou do trabalho e do empenho da ministra.
“Todos os atos que a senhora fez como Corregedora Nacional de Justiça
foram de extrema transparência. Como presidente da Anoreg-BR só tenho
elogios a senhora e a sua equipe”, disse Rogério Bacellar.
(Esq.
para dir.) Os juízes auxiliares da Corregedoria Nacional de Justiça,
José Antonio de Paula Santos Neto e Ricardo Cunha Chimenti; ao lado o
juiz Marcelo Tossi
Também participaram das
reuniões o diretor jurídico do Recivil, Claudinei Turatti, o 2º
vice-presidente da Arpen-Brasil e presidente do Sindiregis, Calixto
Wenzel, o 3º vice-presidente da Arpen-Brasil, Oscar Paes de Almeida
Filho, o diretor da Anoreg-BR, Mário de Carvalho Camargo Neto, o
presidente da Anoreg-PB, Germano Toscano de Brito, e o presidente da
Arpen-AL, Cleomadson Abreu Figueiredo Barbosa
Fonte: Arpen Brasil
Fonte: Arpen Brasil
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