Matéria publicada no jornal do dia 19/03/2012
Repartir patrimônio pode reduzir custo de transmissão de 10% para pouco mais de 4%, alíquota do imposto
Com custo baixo, testamento é única forma de beneficiar pessoas fora da linha de herdeiros após a morte
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O
assunto é tabu nas famílias, os supersticiosos temem mau agouro, mas
não são poucas as disputas envolvendo heranças. Para reduzir as despesas
e facilitar a vida dos que ficam, bancos e gestores patrimoniais
recomendam dividir os bens ainda em vida, fazer um testamento e ter
seguro de vida.
A decisão é mais importante quando
envolve casamentos não oficializados, casais do mesmo sexo, filhos
reconhecidos após exame de DNA ou se pretende beneficiar diferentemente
os herdeiros.
Tanto em vida como após a morte,
incide na partilha o ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e
Doação). Em São Paulo, a taxa é de 4%.
Pouca coisa
pode ser feita para pagar menos imposto, mas evitar um processo
judicial reduz os custos totais da partilha com advogados, peritos e
cartórios, além de tributos, de 10% para pouco mais de 4% dos bens.
Quem
reparte bens entre os herdeiros foge da sucessão prevista no Código
Civil e pode colocar cláusulas para garantir o usufruto (ter posse e uso
enquanto viver), além do respeito de sua vontade após a morte.
A
inalienabilidade e a impenhorabilidade impedem que bens herdados sejam
vendidos ou dados como garantia de empréstimos. A incomunicabilidade
evita que a herança vá para os cônjuges se o herdeiro morrer.
TESTAMENTO
Para deixar algo a alguém que não seja herdeiro (amigos, entidades etc.), a pessoa deve fazer um testamento.
No documento, só é possível dispor de até metade dos bens como desejar; a outra é dos herdeiros.
"Testamento
não é só para rico. É um documento simples que qualquer um pode fazer",
diz a advogada Ivone Zeger, autora de "Herança: Perguntas e Respostas".
O
testamento pode ser feito de forma particular, no cartório, na presença
de três testemunhas, por cerca de R$ 10. As testemunhas, nesse caso,
devem estar presentes para confirmar, em juízo, quando o testamento for
aberto.
Mais seguro é fazer um testamento público,
também no cartório, a um custo de pouco mais de R$ 1.000, em que as
declarações são registradas por um tabelião na presença de duas
testemunhas.
"As partilhas são confusas, mas
podemos evitar dor de cabeça deixando resolvido", diz Marcos Fioravanti,
do escritório Siqueira Castro.
Fonte : Folha de São Paulo
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